Escala dos ventos segundo Beaufort (Sec. XIX)

por Junior
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Ao explorarmos a história da meteorologia, é inevitável esbarrar em uma inovação essencial para medir a intensidade dos ventos: a Escala de Beaufort. Esta escala, meticulosamente projetada, não só revela a velocidade do vento, mas também detalha seus efeitos devastadores tanto no mar quanto em terra. Seu desenvolvimento é uma fascinante mistura de ciência, história e compromisso com a segurança.

Francis Beaufort, um meteorologista anglo-irlandês visionário, é a mente por trás dessa escala revolucionária. No alvorecer do século XIX, Beaufort começou a esboçar um sistema que poderia traduzir as condições do vento em categorias compreensíveis. Seu objetivo? Fornecer aos navegadores informações vitais que os ajudassem a navegar de forma mais segura pelos oceanos tempestuosos.

A Evolução da “Escala dos Ventos”: Como a Escala de Beaufort Definiu Padrões Meteorológicos

Antes da “escala dos ventos” de Beaufort, diversos sistemas tinham sido propostos. No entanto, era a precisão e a simplicidade da proposta de Beaufort que a distinguia. Em vez de se concentrar puramente na velocidade, Beaufort integrou as consequências visíveis desses ventos, tanto em terra quanto no mar.

A década de 1830 foi um momento crucial na história da “escala dos ventos”. Durante esse período, a Marinha Real Britânica começou a adotá-la amplamente, reconhecendo sua precisão e relevância prática. O endorsement por parte de uma instituição tão prestigiosa solidificou a posição da Escala de Beaufort como padrão no mundo da meteorologia marítima.

Mas, qual é a verdadeira relevância histórica da “escala dos ventos”? Além de sua adoção pela Marinha Real Britânica, a escala serviu como base para desenvolvimentos futuros na meteorologia. Com o advento da tecnologia e o aprimoramento da ciência atmosférica, a Escala de Beaufort passou por diversas revisões e adaptações, mantendo-se sempre relevante.

Adicionalmente, sua influência pode ser vista além das fronteiras do Reino Unido. A escala foi adaptada e modificada por diferentes nações e culturas para se adequar às suas necessidades específicas, evidenciando sua versatilidade. Por exemplo, nações com vastas costas e atividades marítimas intensas, como o Japão e Portugal, incorporaram a “escala dos ventos” em suas práticas de previsão do tempo, adaptando-a às suas condições geográficas e climáticas.

Influência Global: A Adaptação e Utilização da Escala de Beaufort Além Fronteiras

Ao longo dos anos, a “escala dos ventos” também se tornou uma ferramenta educacional. Escolas e universidades ao redor do mundo introduziram a Escala de Beaufort em seus currículos de ciências, ensinando gerações sobre os fundamentos da meteorologia e a importância de entender os padrões climáticos.

Em conclusão, a Escala de Beaufort não é apenas um simples sistema de classificação. É um testemunho do poder da observação, da inovação e do desejo humano de compreender e dominar as forças da natureza. Desde suas raízes no século XIX até sua presença global hoje, a “escala dos ventos” permanece como um dos pilares mais influentes e relevantes na vasta história da meteorologia.

Escala Beaufort
Grau Designação m/s km/h nós Aspecto do mar Efeitos em terra
0 Calmo <0,3 <1 <1 Espelhado Fumaça sobe na vertical
1 Aragem 0,3 a 1,5 1 a 5 1 a 3 Pequenas rugas na superfície do mar Fumaça indica direcção do vento
2 Brisa leve 1,6 a 3,3 6 a 11 4 a 6 Ligeira ondulação sem rebentação As folhas das árvores movem; os moinhos começam a trabalhar
3 Brisa fraca 3,4 a 5,4 12 a 19 7 a 10 Ondulação até 60 cm, com alguns carneiros As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam ao vento
4 Brisa moderada 5,5 a 7,9 20 a 28 11 a 16 Ondulação até 1 m, carneiros frequentes Poeira e pequenos papéis levantados; movem-se os galhos das árvores
5 Brisa forte 8 a 10,7 29 a 38 17 a 21 Ondulação até 2.5 m, com cristas e muitos carneiros Movimentação de grandes galhos e árvores pequenas
6 Vento fresco 10,8 a 13,8 39 a 49 22 a 27 Ondas grandes até 3.5 m; borrifos Movem-se os ramos das árvores; dificuldade em manter um guarda chuva aberto; assobio em fios de postes
7 Vento forte 13,9 a 17,1 50 a 61 28 a 33 Mar revolto até 4.5 m com espuma e borrifos Movem-se as árvores grandes; dificuldade em andar contra o vento
8 Ventania 17,2 a 20,7 62 a 74 34 a 40 Mar revolto até 5 m com rebentação e faixas de espuma Quebram-se galhos de árvores; dificuldade em andar contra o vento; barcos permanecem nos portos
9 Ventania forte 20,8 a 24,4 75 a 88 41 a 47 Mar revolto até 7 m; visibilidade precária Danos em árvores e pequenas construções; impossível andar contra o vento
10 Tempestade 24,5 a 28,4 89 a 102 48 a 55 Mar revolto até 9 m; superfície do mar branca Árvores arrancadas; danos estruturais em construções
11 Tempestade violenta 28,5 a 32,6 103 a 117 56 a 63 Mar revolto até 11 m; pequenos navios sobem nas vagas Estragos generalizados em construções
12 Furacão >32,7 >118 >64 Mar todo de espuma, com até 14 m; visibilidade nula Estragos graves e generalizados em construções